Coroa de Conde
Itamar Gonçalves da Cunha
CONDE DA CUNHA
Fernão Dias da Cunha
e descedência
e descedência
CUNHA designa uma das linhagens da
NOBREZA mais antigas de Portugal,
Espanha e Brazil
CONDE DA CUNHA
O sobrenome
CUNHA designa uma das linhagens mais antigas de Portugal e Espanha. Eis aqui as
teorias mais credíveis – científicas - para a origem do nome Cunha.
A origem “Divina”:
Desde o começo do judaísmo que Kohen é o nome dado aos sacerdotes na Torá, cujo
líder era o Kohen Gadol (Sumo Sacerdote de Israel), sendo que todos deveriam
ser descendentes de Moisés. Embora seja verdade que muitos descendentes de
kohanim ostentam sobrenomes que refletem a sua genealogia, existem muitos
outros com o sobrenome (ou qualquer variação), que nem sequer são os kohen
judeus.
Existem inúmeras variações ao sobrenome Kohen. Estas são frequentemente alteradas pela tradução ou transliteração para outras línguas, tais como: Cohen (Inglês), Kohn (Alemão), Conklin (Holandês/Neerlandês), Caen (Francês), Coen (Italiano), canno (Espanhol), Cunha (Português), etc.
Depois da destruição de Jerusalém pelos romanos, os judeus iniciaram uma diáspora, tendo muitos deles vindo para a península Ibérica (Portugal e Espanha), tendo ficado conhecidos como Judeus Sefarditas (A palavra “Sefardita” tem origem na denominação hebraica para designar a Península Ibérica: “Sefarad”). Com a conquista de Granada pelos Reis Católicos (Espanha), a inquisição forçou a expulsão ou a conversão da população “não cristã” ao catolicismo. Os que não fugiram – denominados de “Cristãos Novos” – esconderam e adaptaram os seus costumes e nomes às exigências dos fanaticamente católicos. Batizados à força, estavam ligados ao comércio e à navegação (sobretudo, aos descobrimentos portugueses), muitos dos judeus foram mandados para as novas colónias portuguesas de então, nomeadamente para o Brasil (apesar da origem do nome deste País estar normalmente associado ao “Pau Brasil” mas, a palavra hebraica “Barzel” quer dizer FERRO…).
A origem “Nobre”:
Segundo a tradição, D. Payo Guterres (da Silva [?]), homem nobre e
rico, natural da Gasconha (sudoeste de França), que veio para o Condado
Portucalense com seu Pai, D. Guterre, na companhia do Conde D. Henrique de
Borgonha - pai do primeiro Rei de Portugal - foi o responsável por este nome.
Essa tradição está envolta em quatro teses, a saber:
Cunhas de ferro
"D. Payo ganhou Torres Novas e que foi o primeiro que se chamou
"Cunha", porque durante os cercos colocava cunhas de ferro nas
portas, para que os inimigos não pudessem sair; e por isso lhe deram por divisa
nove cunhas azuis em campo de oiro" (Visconde Sanches de Baena,
"Pombeiro da Beira").
Estandarte
Esta versão dá conta de que, quando de um cerco dos Mouros a
Lisboa, uma bandeira Portuguesa colocada na muralha do Castelo estava prestes a
tombar, vergada sob a força do vento. Apercebendo-se do facto, os Mouros
impediam que os Portugueses se lhe acercassem - pois obter o estandarte
Português seria já uma vitória - e faziam cair uma verdadeira chuva de setas
naquele lugar. D. Payo Guterres terá desafiado a morte para segurar a bandeira
com duas cunhas, ao que El-Rei D. Afonso Henriques, acompanhando a peripécia,
teria exclamado: "A cunha, a cunha!". E desta voz real e das cunhas
lhe terá ficado o apelido.

9 Cunhas
Esta versão conta que, quando o Rei Cristão cercava Lisboa em 1147, D. Payo Guterres mandou meter várias cunhas no castelo e por elas subiu com os seus, conquistando-o assim por este ato de bravura. O rei ordenou então que, como prémio desse feito, aquele personagem usasse do apelido Cunha e que adotasse como brasão d'armas, as nove cunhas de que se tinha servido para escalar o castelo.
Toponímia
Sobrenome encontrado em Portugal e Espanha, classificado como sendo um
toponímico (estudo linguístico ou histórico da origem do nome próprio de um
local), pois tem origem geográfica.
Tal classificação se refere aos sobrenomes cuja origem se encontra no lugar de residência do nominado original. Nomes de origem habitacional alertam para a origem do progenitor da família, seja uma cidade, vila ou simplesmente um lugar identificado por uma característica topográfica.
No que diz
respeito ao sobrenome Cunha, este é derivado do lugar denominado Cunhas, em
Portugal. O primeiro a batizar um filho com o sobrenome Cunha foi Dom Payo
Guterres da Silva, já citado, homem nobre e rico, governador das muitas terras
do Rei de Portugal. Ao nascer o seu terceiro filho, Dom Payo registou-o com o
nome de Fernão Dias da Cunha, em homenagem ao lugar denominado Cunhas onde se
localizava a Quinta da Cunha, que era a sede do governo local, e cujo prédio
possuía o formato de uma cunha. Era um lugar de destaque na região, onde o rei
costumava passar os seus dias de descanso. Fernão Dias da Cunha tornou-se o senhor
da Quinta da Cunha, vindo a participar do conselho do reino. Ao longo de sua
existência ele ocupou várias posições de importância na casa real. Foi o
provedor da Ordem de Cristo e mestre da Ordem da Rosa. Por decreto Real,
foi-lhe concedido o brasão de armas.
O Brasão
O brasão é uma insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre
conferido, em regra, por grande merecimento.
O brasão de armas dos Cunha contém nove cunhas na cor azul, postas em 3, 3 e 3.
O ouro simboliza a nobreza e a generosidade. A cor azul denota fidelidade e
firmeza. O timbre contém grifo sainte de ouro, semeado de cunhas na cor azul,
com asas de um no outro. A origem do brasão é portuguesa.
Os mais ilustres
Cabe destacar entre os membros da família outras personalidades de destaque:
Tristão da Cunha (1460-1540) - nomeado primeiro vice-rei da Índia
Nuno da Cunha (1487-1539) - militar e governador da Índia;
Francisco da Cunha, citado em 1540 - escritor português;
D. Rodrigo da Cunha (1577-1643) - arcebispo de Lisboa
D. Luís da Cunha (1662-1749) - diplomata português
João Cosme da Cunha (1715-1783) - Eclesiástico português, também conhecido por
Cardeal da Cunha
José Anastácio da Cunha (1744-1788) - matemático e militar e português;
Pedro Alexandrino da Cunha (1801-1850) - militar português da Abrilada, eleito
deputado por Angola;
CIDADE DE CUNHA
A
primeira incursão do homem branco na região de que se tem notícia ocorreu em
1597, quando partiu do Rio de Janeiro uma expedição chefiada por Martim
Correia de Sá. A expedição, de cerca de 700 portugueses e dois mil índios,
desembarcou em Paraty-RJ e galgou a Serra do Mar pela antiga Trilha dos
Guaianás para combater os índios Tamoios, que estavam unidos com os franceses
na luta contra os portugueses.
A
Estância Climática de Cunha tem suas origens por volta de 1695. Nessa época,
muitos aventureiros subiam a serra pela trilha dos Guaianás, com destino ao
Sertão de Minas Gerais, atraídos pela notícia de que havia ouro e pedras
preciosas naquela região. Com isso, Cunha, que era conhecida como “Boca do
Sertão”, tornou-se parada obrigatória para descanso e reabastecimento das
tropas.
Já em
1730, os viajantes que se fixaram na região, construíram um povoado onde a
família portuguesa Falcão ergueu uma capela chamada Sagrada Família. Devido à
contribuição desta família para o povoado, durante muito tempo a cidade foi
chamada de Freguesia do Falcão.
No
início do século XVIII, a grande movimentação de tropas pelo local atraiu
bandidos e saqueadores. Muito ouro que vinha de Minas Gerais para embarcar em
Paraty-RJ, rumo à Portugal, foi desviado. Devido à necessidade de se criar um
posto para vigiar o local, surgiu a Barreira do Taboão, localizada entre a
Freguesia do Falcão e Paraty. Com o declínio do ciclo do ouro,
muitos desbravadores acabaram ficando na região atraídos pelo clima e pela
fertilidade do solo. Essa intensa movimentação gerou um rápido
desenvolvimento local.
Em 15
de setembro de 1785, o povoado é elevado à vila, com o nome de Vila de Nossa
Senhora da Conceição de Cunha, em homenagem ao capitão General Francisco da
Cunha Menezes, governador da Província de São Paulo. Nesse período as antigas
trilhas foram calçadas e ampliadas para que as tropas pudessem transportar a
maior riqueza do século XIX, o café. A autonomia política veio em 1858, ano
em que foi elevada à categoria de cidade, e em 1883 tornou-se comarca. Logo a
seguir em 1888, com a libertação dos escravos, veio o declínio do ouro negro
na região.
Em
1932, Cunha foi palco de batalha na Revolução Constitucionalista, quando um batalhão
da marinha composto de 400 praças subiu a Serra do Mar com a intenção de
chegar à São Paulo pelo Vale do Paraíba. Os combates no município duraram
três meses e nesse período a cidade conheceu seu herói e mártir, o lavrador
Paulo Virginio, que foi morto por não revelar a posição das tropas paulistas.
Em homenagem a esse ilustre cidadão, foi construído um monumento às margens
da estrada Cunha-Paraty.
Em
1945 a prefeitura entrou com pedido de transformação do município em Estância
Climática e no dia 28 de outubro de 1948, foi promulgada pelo governador de
São Paulo a lei nº. 182, convertendo a cidade de Cunha em Estância Climática.
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